PRECISAMOS FALAR SOBRE SUICÍDIO

Me lembro quando era um pré-adolescente, eu e minha vó fomos para a rua 25 de março em São Paulo. Andando naquele mar de gente, ouvi berros e correria, um homem estava prestes a pular de um alto prédio! Minha avó me puxou com força para sairmos dali, porém o barulho aumentou e a correria ficou assustadora, o homem pulou.
Também quando adolescente, saindo do colegial, percebi uma comoção pública na minha escola, uma menina que lá estudava tinha tirado sua vida. Depois desses dois acontecimentos, compreendi que o suicídio é real e por isso precisamos falar sobre ele.
Passaram-se 9 anos, e parece que o suicídio além de ser real tem se tornado familiar, pessoas tem arrancado suas vidas diariamente. Pessoas próximas, pessoas que eu conhecia, até alguns colegas. Isso é muito assustador. Segundo dados da OMS, o suicídio é o terceiro tipo de morte mais ocorrida no Brasil entre jovens de 15 a 29 anos. Isso tem que levar as pessoas a uma comoção e a um entendimento de que o suicídio já se tornou um problema social.
Entretanto, para nós cristãos, é preciso entender que além de um mal social, o suicídio em sua grande parte é um mal espiritual. Tirar a vida se tornou a resposta de um mundo que tirou o significado do viver. Já dizia o filósofo: “Deus está morto”, porém talvez, hoje diria que a vida como um todo também. Mataram a vida e ainda assim insistem para vivermos. Em 2014 escrevi uma frase que ainda é de extrema aplicabilidade para essa crise atual. “Aquele que nos possibilita uma existência, sempre responderá às nossas crises existenciais”. De fato, somente Deus pode restaurar o valor da vida dessa sociedade.
E sendo um problema espiritual, temos que entender que o suicídio é uma possibilidade para quem está vivo, todos nós somos um suicida em potencial. Por isso, a empatia deve ser presente em nossas vidas. Não nos matamos ainda porque não tivemos a oportunidade, não arrancamos as nossas vidas por causa da graça de Deus. Quando olhamos para o poder do pecado percebemos que também somos, de natureza, depravados. Por esse motivo bato na tecla de que somente Deus pode trazer a salvação para a desvalorização da vida.
Para concluir, Paulo na carta de Filipenses mostra que ele estava passando por algo complexo. Ele desejou a própria morte (Fp. 1), Paulo queria morrer e seu sentimento era legítimo! O apóstolo tinha em sua vida como marca o sofrer. Ele estava preso, cansado, magoado, machucado e por saber que tinha algo bem melhor o esperando pós morte, ele a desejava. Mas por amor a Deus e às pessoas, Paulo também desejava viver, ele sabia que sua missão ainda não tinha acabado. Ele sabia que o morrer é lucro, porém sabia ainda mais que o viver é Cristo. Paulo, satisfeito em Cristo Jesus decidiu pela vida. Pois sua vida tinha valor em Cristo, e por isso no capítulo 4, ele ordena que devemos nos alegrar sempre no Senhor, e reafirma: “alegrem-se”.
Assim, o verso 13 mostra que em Deus, podemos suportar qualquer coisa, inclusive o desejo suicida de nossos corações, pois um Deus imutável é a nossa razão de viver.
Precisamos falar sobre suicídio, precisamos falar que em Cristo Jesus a vida tem real sentido, precisamos falar que o nosso desejo de morrer não é maior que a vida graciosa que Deus te deu!
*Sim, eu sei, existe depressão patológica, existe transtorno neuro-psiquiátricos, existem pessoas que se matam ou vivem sua vida como se já estivessem mortos por causa de doenças. Ainda sei que essas pessoas precisam de ajuda profissional. Porém, também sei que todas as doenças vieram após Gn. 3, com a queda da humanidade, e por isso creio que a Bíblia também pode ajudar no tratamento de doenças, creio em um Deus que cura. Mas como já dito, não descarto a ajuda clinica, até recomendo quando o caso é de fato transtorno físico.

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